Homenagem a Besouro Cordão de Ouro

O Espaço Caixa Cultural em Salvador se abre para uma homenagem àquele que é tido como o maior capoeirista de todos os tempos: Manoel Henrique Pereira, um descendente de escravos que se tornou famoso em nível nacional, conhecido como Besouro Mangangá, ou Besouro Cordão de Ouro.

O Musical Carioca Besouro Cordão de Ouro, dirigido por João das Neves é composto na sua totalidade por atores negros, que dividem um cenário que materializa no palco uma roda de capoeira, e confere leveza a uma figura emblemática. Em cartaz de 08 a 10 de maio de 2009, segundo especialistas ficou, ficou entre os dez melhores de 2006.

Capoeirista Santamarense exímio, os relatos de suas façanhas são numerosos e curiosos. Uma lenda, um mito. Mas, sobretudo, um símbolo da capoeiragem presente no imaginário coletivo. Fala-se que ainda tocava violão e era compositor de chulas e sambas-de-roda, atribuindo-se a ele os versos: “Quando eu morrer / não quero choro nem vela / quero uma fita amarela / gravada com nome dela”. Besouro foi morto em oito de julho de 1924.

Minha Pobre Gente


É o título do livro do mais novo escritor Santamarense Valdir do Carmo, lançado em dezembro de 2008 em Santo Amaro, fruto de muita determinação e superação. Sobretudo quando se leva em conta as adversidades da sua infância e juventude. Certamente foram muitos os obstáculos, mas foram vencidos.

Uma obra de 140 páginas, onde, a tiragem inicial de 300 cópias esgotou-se rapidamente. Em breve mais exemplares estarão disponíveis,para a satisfação daqueles que torcem pelo sucesso do escritor e valorizam a boa leitura.

Pessoa simples, gente do povo. Trabalha com as letras com a mesma desenvoltura com que as suas mãos tratam as tesouras diariamente, ferramentas que contribuíram para a realização de um sonho. Valdir ensina uma lição de vida, àqueles que desejam se aventurar pelo mundo mágico da literatura. Pois escrever é uma arte, sobretudo em um país com carências educacionais profundas, e onde o surgimento de algo novo pode causar algum desconforto.

O certo é que a sua prosa poética é verdadeira. É a assimilação cotidiana, é o retrato do Brasil e da sua gente. Os seus versos abordam a temática social de forma profunda e consciente. São textos que apresentam um povo excluído, pessoas com dificuldade para ir à escola, gente que nem sequer existe oficialmente, que vive em casas de taipas, seres humanos que para driblar a fome se alimentam até da palma de gado. Enfim, possibilitam perceber os contrastes nacionais em toda a sua dimensão.

Ele afirma que um novo projeto já está em andamento e o seu próximo trabalho será lançado em breve.

Fotografia: Ivan Marques.