O Super acarajé da Liberdade

Ao longo dos anos, tem surgido em Salvador pessoas que se destacaram na arte de fazer e comercializar um bolinho famoso, o popular acarajé. Nesse sentido, uma reportagem do Correio desperta as atenções. A inovação marcou e transformou a vida de Dona Regivalda Linhares, conhecida popularmente como Dona Binha, na Ladeira de São Cristóvão, na Liberdade.

A idéia foi a de fazer uma iguaria gigante, a partir do desemprego do marido. Um acarajé de um quilo vendido ao preço de um tradicional. Ao todo são gastos cinquenta quilos de feijão para acarajés e abarás, treze litros de azeite para as massas, o vatapá, o caruru e o tacho. Seis quilos de camarão para rechear a iguaria, fora a porção que o tempero recebe, assim como uma caixa de tomate.

Além de conquistar a população que faz fila e chega cedo para adquirir o produto que é vendido à meia-noite devido ao processo de fabricação ser feito apenas por ela e a filha, conquistou também pessoas famosas como o cantor Edson Gomes e Márcio Vítor. Por trás de uma grade que a protege dos tempos difíceis a comerciante libera uma cota de apenas duas unidades por cabeça.

Quem aprecia a iguaria agora em tamanho familia, ou aqueles que desejam provar os sabores da Bahia pela primeira vez, desembolsando três reais poderão degustá-la.

Inauguração do Memorial das Baianas de Acarajé em Salvador

As baianas de Salvador dispõem agora de um espaço onde a trajetória deste Ofício poderá ser contemplada com todas as suas especificidades. A inauguração da nova sede em nove de junho caracteriza a manutenção do reconhecimento e da valorização de usos e costumes de matriz africana, ao lado do sexto volume do Dossiê Ofício de Baianas do Acarajé, lançado pelo Iphan e que, assim como em outras edições certamente traz informações indispensáveis para um conhecimento mais amplo acerca deste assunto.

Com o intuito de preservá-lo e dotá-lo de mecanismos que contemple e fortaleça tanto o seu lado histórico quanto o social, o Iphan e a Abam, Associação das Baianas de Acarajé, Mingaus e Receptivos, se uniram para viabilizar este projeto no Forte de Santo Antonio Além do Carmo. Vale lembrar, que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional registrou no Livro de Registro dos Saberes em 14 de janeiro de 2005, o Ofício das Baianas do Acarajé como patrimônio cultural brasileiro.

Registro do Cortejo e Festividade de Nossa Senhora da Boa Morte

A riqueza cultural da cidade de Cachoeira e a mobilização de alguns setores têm estimulado diversas ações por parte dos órgãos oficiais. Nesse sentido, o IPAC/SECULT deve anunciar no dia 25 de junho, período em que o Governo Estadual se instala em solo cachoeirano em comemoração às lutas pela Independência da Bahia, a notificação pública do inicio de um estudo que proporcionará a sustentabilidade do registro dessa manifestação popular tão significativa, como Patrimônio da Bahia. Além de um convênio entre IPAC/SECULT e UFRB, a fim de possibilitar a realização de Cursos de Educação Patrimonial destinados a 50 alunos da rede pública, orientados por 10 monitores da Universidade. Além disso, a ponte D. Pedro II pode abrigar uma exposição fotográfica sobre Cachoeira e São Félix.

Debatendo o Itinerário do Rio Paraguaçu

Há um movimento em ação para transformar o itinerário do Rio Paraguaçu em Patrimônio Cultural da Humanidade. É o que pretende a 7ª. Regional do Iphan, a partir de uma uma proposta apresentada em Salvador em janeiro deste ano à Maria Cecília Caldeiron, presidente da lista dos Itinerários Culturais da Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

De acordo com o órgão, o Roteiro Cultural é definido como os vários caminhos que, de alguma forma, influenciaram culturalmente cada região, a partir do contato diversificado dos costumes e tradições de cada localidade. O percurso contempla vários municípios, entre eles cidades históricas como São Félix, que aguarda a finalização de um estudo local para torná-la monumento nacional, Cachoeira, que desde 1971 é considerada patrimônio nacional, e Maragojipe.

O Iphan entende que, tal título pode transformar positivamente o olhar sobre a conservação patrimonial. Não é um processo simples, já que o seu rigor precedido de rituais faz com que a UNESCO rejeite alguns pedidos de tombamentos, sobretudo de cidades medievais e coloniais (como é o caso do Brasil), onde já foram descartadas cidades como Mariana (MG), e Parati (RJ). Entretanto, como a proposta envolve todo um Roteiro Cultural com especificidades significativas as chances são boas.

Os debates nos dias 15 e 16 de junho na cidade de Cachoeira, no Auditório da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, definirão essa questão, onde, governo, especialistas e representantes da sociedade civil estarão reunidos. Proposto pela Secretaria Estadual de Cultura e apoiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o evento gratuito e aberto ao público abrigará ainda a discussão sobre um programa de Formação de Gestores em Educação Patrimonial e Ambiental em Cachoeira e São Félix.