Debatendo o Itinerário do Rio Paraguaçu

Há um movimento em ação para transformar o itinerário do Rio Paraguaçu em Patrimônio Cultural da Humanidade. É o que pretende a 7ª. Regional do Iphan, a partir de uma uma proposta apresentada em Salvador em janeiro deste ano à Maria Cecília Caldeiron, presidente da lista dos Itinerários Culturais da Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

De acordo com o órgão, o Roteiro Cultural é definido como os vários caminhos que, de alguma forma, influenciaram culturalmente cada região, a partir do contato diversificado dos costumes e tradições de cada localidade. O percurso contempla vários municípios, entre eles cidades históricas como São Félix, que aguarda a finalização de um estudo local para torná-la monumento nacional, Cachoeira, que desde 1971 é considerada patrimônio nacional, e Maragojipe.

O Iphan entende que, tal título pode transformar positivamente o olhar sobre a conservação patrimonial. Não é um processo simples, já que o seu rigor precedido de rituais faz com que a UNESCO rejeite alguns pedidos de tombamentos, sobretudo de cidades medievais e coloniais (como é o caso do Brasil), onde já foram descartadas cidades como Mariana (MG), e Parati (RJ). Entretanto, como a proposta envolve todo um Roteiro Cultural com especificidades significativas as chances são boas.

Os debates nos dias 15 e 16 de junho na cidade de Cachoeira, no Auditório da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, definirão essa questão, onde, governo, especialistas e representantes da sociedade civil estarão reunidos. Proposto pela Secretaria Estadual de Cultura e apoiado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o evento gratuito e aberto ao público abrigará ainda a discussão sobre um programa de Formação de Gestores em Educação Patrimonial e Ambiental em Cachoeira e São Félix.